9 de setembro de 2009

Armadilhas do carro nas finanças pessoais (2)

No meu último post, estava falando sobre as armadilhas que o carro coloca para quem quer fazer um bom orçamento e assim assumir o controle financeiro da sua vida. Hoje vou analisar 3 delas, outras 3 ficam para o próximo post. Aí vão:

Armadilha 1: Contabilizar despesas grandes só no mês do vencimento.
Problema: Despesas muito importantes relacionadas aos veículos ocorrem anualmente, e não mensalmente: IPVA e seguro, principalmente.

Solução: Guarde todo mês dinheiro que seja suficiente para essas despesas no ano seguinte. Contabilize esse montante como "despesa com automóvel" e não como "investimento". No mês do vencimento, saque e pague à vista, o que costuma render descontos.

Exemplo: Se seu seguro custa R$ 1.500 por ano e você paga R$ 600 de IPVA, comece a guardar R$ 175 por mês para essas despesas, em vez de apertar seu orçamento no mês em que elas vencem.

Armadilha 2: Carros não duram para sempre.
Problema: Como qualquer máquina, o automóvel tem uma vida econômica limitada. Portanto, você precisará estar preparado para substituí-lo.

Solução: Estabeleça em quanto tempo você vai querer trocar de carro. Some esse tempo à idade atual do seu veículo e procure nos jornais quanto vale um carro igual ao seu dessa idade. Subtraia do valor do carro que você quer comprar e divida pelo número de meses que faltam para a troca. Guarde todo mês esse dinheiro. Contabilize esse montante como "despesa com automóvel" e não como "investimento".

Exemplo: Seu carro é 2007 e você quer trocá-lo daqui a 2 anos. Procure saber quanto custa um carro equivalente, dois anos mais antigo que o seu, ou seja, 2005, e o carro equivalente ao que você quer comprar (digamos, um zero km). Se o carro zero km custa R$ 46.000 e o 2005 está por R$ 25.000, você vai precisar juntar R$ 875 por mês. A não ser que você queira pagar juros, o que, no Brasil, é sempre uma péssima ideia.

Armadilha 3: Carros quebram quando você menos espera.
Problema: Ainda que você seja um dono cuidadoso e que faça as manutenções preventivas recomendadas, você estará sujeito a surpresas desagradáveis pelo caminho. Isso pode ser imprevisível, mas é absolutamente certo. Por isso, você precisa estar preparado.

Solução: Uma poupança para emergências gerais pode dar conta do recado, mas não ajuda você a descobrir quanto custa manter o carro. E, afinal, consertos são parte integrantes de possuir um automóvel. É melhor separar esse dinheiro em uma conta específica para este fim, que pode ser a mesma dos itens anteriores. A regra geral é: para cada R$ 1,00 que você colocar em combustível, separe R$ 0,50 para óleo, pneus, revisões... e quebras. E, sim, isso significa que na prática a gasolina custa R$ 4,00 o litro. Faz a gente pensar, não?

Nenhum comentário: