23 de julho de 2009

SP: a discussão dos fretados

Para quem não está sabendo do que se trata, a Prefeitura de SP proibirá, a partir de 2ª feira, a circulação de ônibus fretados na região central da cidade. Novas linhas de ônibus serão criadas para atender aos usuários e serão estabelecidos pontos de integração com os sistemas de metrô e trens.

Será que o trânsito vai melhorar com isso? Resposta: é claro que não. É só fazer uma continha muito simples: em um ônibus cabem 40 pessoas. Esse ônibus usa menos espaço que 3 carros. Portanto, se houver uma migração de 10% do fretamento para o automóvel, o trânsito vai piorar.

Isso mesmo: estamos falando de apenas 10%. Não 20%, nem 50%, nem 80%. Não precisa ser um gênio para chegar à conclusão de que a regulação desse sistema não tem que ser por aí. Garantir a segurança sim, padrões de poluição sim, mas restringir a circulação e jogar o pessoal que paga para ter conforto e privacidade nos trens e metrôs lotados?

O que eu acho mais curioso são os comentários nessas reportagens. Tanto os usuários de automóvel quanto os de transporte coletivo morrem de inveja do usuário do fretado, que viaja "confortável e dormindo". É, parece que a coisa funciona bem mesmo!

Quem sabe, um dia, essa tecnologia "revolucionária" chega a Brasília. Ou, pelo menos, linhas de ônibus executivos, como já temos nas grandes capitais por aí afora...

Atualização: Os ônibus fretados geraram filas quilométricas nos pontos de parada previstos pela prefeitura e superlotação em estações do metrô. Protestos continuam a ocorrer. A prefeitura diz que o trânsito melhorou, mas parece que, diante dos transtornos, está flexibilizando a restrição.

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