24 de setembro de 2008

Metrô x Esplanada: o que falta para integrar?

Até o mês passado, a desculpa do GDF era que os veículos da TCB (aqueles roxos) não tinham o padrão de conforto "necessário" para serem integrados ao metrô. Agora que os ônibus são novinhos, com ar condicionado e acesso para cadeiras de roda, minha pergunta é: o que falta para integrar a Estação Central com a Esplanada dos Ministérios?

"Falta o Brasília Integrada", dirá a Secretaria de Transportes. É uma meia-verdade. Vejamos por quê. Existem 3 tipos de integração: física, tarifária e operacional.

Integração física é simplesmente colocar uma linha perto da outra, ou duas linhas passando pelo mesmo ponto de parada. Por exemplo, quando o São Sebastião - W3 Sul (147.2) pára na Estação Asa Sul, ali há uma integração física.

Integração tarifária é fazer com que andar em mais de um veículo custe menos do que a soma dos tarifas individuais. É o que acontece em SP: a passagem de ônibus custa R$ 2,30, a de metrô R$ 2,40, mas uma viagem em ambos os modos, em vez de R$ 4,70, custa R$ 3,65.

Integração operacional é criar uma lógica entre modos, trajetos, preços e horários de forma a tornar a utilização do transporte coletivo mais eficiente.

Volto ao caso Metrô x Esplanada. A integração tarifária seria mais fácil com o Brasília Integrada, sem dúvida, mas o Metrô-Rio tem tido experiências exitosas com bilhetes de integração em papel. Inclusive, em algumas linhas, não se cobra nada a mais do usuário.

A integração física, então, não depende em absolutamente nada do Brasília Integrada. É claro que a Estação Central fica embaixo da Rodoviária do Plano Piloto e isso por si só já serve como uma integração. Mas poderia ser muito melhor.

As linhas que fazem a continuação natural da viagem de quem chega de metrô à Rodoviária, por algum motivo esdrúxulo, ficam todas do lado oposto ao da Estação Central. "Sempre foi assim" não é motivo para continuar do mesmo jeito.

Para quem é homem, como eu, uma caminhada de 4 ou 5 minutos pelo terminal não é agradável, mas não chega a ser um problema. Para uma mulher jovem, arrumada para o trabalho, de salto alto e tudo, a história é outra. Ainda mais com a triste presença constante de crianças e adolescentes já viciados em drogas por ali.

A solução: tirar da Plataforma C (a que é em frente ao metrô) os ônibus de Taguatinga e Ceilândia. O metrô já vem dessas cidades, portanto o número de passageiros do metrô que embarca nessas linhas é zero. No lugar delas, colocar o Rodoviária - Esplanada (108), o L2/W3 Norte (115), o W3/L2 Norte (116), o UNB (110), e, se não for pedir muito, um circular para o Eixo Norte.

Difícil? Não. Nenhuma obra é necessária. Os acessos que estão lá servem perfeitamente. É só trocar meia dúzia de placas de lugar. Então, o que é que está faltando?

Um comentário:

Anônimo disse...

Fiz o mesmo comentário, sobre a possibilidade de integração com as linhas da TCB e não tive uma resposta objetiva. A desculpa é que a lei não permite o metrô operar linhas de ônibus, mas nesse caso a linha seria operada pela TCB.