Os centros das cidades grandes brasileiras são lotados de gente e carros de dia, e se transformam em ambientes desertos nas duas horas após o término do expediente. Esse padrão de ocupação urbana dá margem a vários tipos de problemas nessas regiões: pichação, vandalismo, moradores de rua. A cidade fica feia e desagradável.
Em certos locais, a região se transforma mesmo, após a saída dos trabalhadores, em um polo de tráfico de drogas ou prostituição. Por exemplo, a "cracolândia", em SP; a Avenida Atlântica, no RJ; a via S2, entre o Setor de Diversões Sul e o Setor Hoteleiro Sul, em Brasília. Não vou discutir os problemas e soluções para a criminalidade, porque não é minha área.
Em outros lugares, o que impera não é a insegurança em si, mas a sensação de perigo. É assim na região da Praça da Sé, em SP; na Avenida Presidente Vargas, no RJ; na via W3 Sul, Brasília.
É curioso notar que nessas regiões passam grandes quantidades de carros e ônibus, mas pouca gente está por ali a pé ou de bicicleta. Isso gera um ciclo vicioso onde cada vez mais gente opta por se isolar desses locais e portanto maior fica a sensação de abandono e risco. E no fim das contas, quem pode, usa o automóvel.
Em termos de ações violentas, é mais seguro estar a pé que de carro. Mas o sentimento de insegurança por estar a pé, por estar "exposto", é uma coisa séria. Tão séria que muita gente a tomar uma decisão de compra de R$ 10, 20, 30 mil -- um carro que às vezes nem seria tão necessário -- tendo este fator como preponderante.
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