14 de agosto de 2009

Cada cidadão, um guarda de trânsito!

Governos modernos recebem por telefone ou pela Internet denúncias sobre assuntos que consideram de seu interesse: crimes em geral, corrupção de servidores, tráfico de pessoas, queimadas, pirataria e por aí vai. Apesar de não serem sistemas perfeitos, as vantagens são evidentes: ao dar um certo poder de polícia ao cidadão comum, inibe-se o descumprimento e aumenta-se a eficiência da fiscalização de uma lei.

Isso vale para muitas leis, mas não vale para o Código de Trânsito Brasileiro.

Sabemos que nunca haverá policiais militares ou guardas municipais ou agentes do Detran suficientes para fiscalizar todo o trânsito, simplesmente porque isso sairia caro demais para qualquer governo. Mas, tristemente, o cidadão não pode denunciar uma infração de trânsito! Ou a infração é flagrada pelo agente de trânsito, ou é como se ela nunca tivesse existido. Isso dá ao mau motorista a quase certeza da impunidade.

Em 1997, quando foi aprovado o CTB, uma denúncia dessas implicaria na prática a palavra do denunciante contra a do motorista. Mas hoje, com a evolução da tecnologia, é fácil usar um celular para fotografar um carro estacionado em local proibido, ou filmar alguém trafegando pelo acostamento. Cada cidadão munido com um celular com câmera está pronto a produzir provas irrefutáveis do abuso alheio.

Imaginem o efeito revolucionário disto: calçadas livres dos carros, veículos parando nas faixas de pedestres, o motorista correto não sendo ultrapassado pelos espertinhos no congestionamento, ninguém jogando lixo na rua, todos os motociclistas usando capacete.

O Brasil precisa tomar coragem e dar esse grande passo para um trânsito civilizado. Infelizmente estamos caminhando no sentido contrário. Vamos deixar de ser coniventes com os infratores. Denúncia eletrônica nos DETRANs já: cada cidadão, um guarda de trânsito!

2 comentários:

Rafael disse...

Uma vez nos EUA, indo trabalhar de carona em uma van com vários companheiros e o motorista, um polonês, ultrapassou um carro em faixa contínua. O motorista buzinou e gesticulou, mas fomos embora.
O polonês nos deixou e foi fazer compras, onde no estacionamento do supermercado um policial o abordou perguntando se ele havia passado por determinada rodovia pela manhã, ultrapassando um carro pela faixa contínua.
O polaco confirmou e levou uma multa de US$50,00! Ao perguntar pro policial como sabia do acontecido, o policial respondeu que recebera uma denuncia por telefone, justamente do carro que tinha sido ultrapassado! Difícil acreditar, mas aconteceu.

Hiro Kumasaka disse...

O formidável neste blog é que propõe a substituição do transporte individual em termos absolutamente liberais. Mais, não faz uma ode ao irracionalismo: exaltar a experiência mística seja pelo uso de bicicleta ou de substância que fazem prescindir de transporte físico... Sugiro à reflexão do colega a desregulamnetação do setor de transportes. Por que não se pode transportar quem queira em seu carro e receber por isso? A adoção de descontos por parte de taxistas foi medida que precisaria ser mais divulgada: os antiliberais ali estiveram e... perderam!
Abraço